A Fundação Hospitalar de Minas Gerais é uma das maiores administradoras públicas da saúde brasileira. Possui 2.392 leitos de internação, com uma média de 61.927 internações/ano, sendo 5.543 em unidades de terapia intensiva. Com 44 anos de existência, está organizada em cinco complexos e atende a todas as especialidades médicas, administrando 21 unidades assistenciais em Minas.
Desde 2019, a Fhemig trabalha com a plataforma Valor Saúde Brasil e utiliza a metodologia DRG Brasil em 10 hospitais públicos da rede estadual. A necessidade inicial da administradora era monitorar os parâmetros de complexidade das unidades, além de definir o perfil epidemiológico, os desfechos de qualidade assistencial e a eficiência do uso do leito hospitalar de cada uma.
A Fhemig enxergou na metodologia de Grupos de Diagnósticos Relacionados (DRG) uma oportunidade para responder a todas essas carências, já que ela oferece uma gama de possibilidades de aprimoramento da gestão clínica e administrativa da rede.
Com a fala de Bárbara Martins, Coordenadora do DRG da Fhemig (Fundação Hospitalar de Minas Gerais), aprenda a implantar a metodologia de Grupos de Diagnósticos Relacionados de maneira simultânea em uma rede de hospitais públicos. Bárbara Martins apresenta o passo a passo, as dificuldades, os erros e acertos deste que é o maior projeto de entrega de valor no SUS brasileiro.
Após a aprovação do financiamento de implantação da metodologia DRG, alguns desafios tiveram que ser solucionados. Inicialmente, houve dificuldade com a adesão dos hospitais, por haver um volume grande de altas a serem codificadas por profissionais qualificados de nível superior. Porém, esse obstáculo foi superado com a estruturação de uma área técnica de DRG para capacitação nesta atividade crítica, já que existe uma curva de aprendizado dos analistas de informação em saúde. Assim, a Fhemig conseguiu estruturar e fazer a manutenção do seu banco de dados de forma exemplar.
Planejamento e gestão estratégica para consolidação dos Grupos de Diagnósticos Relacionado
Era preciso efetivar e consolidar o uso da ferramenta, para assim obter volume de alta e gerar resultados. Sendo assim, A área técnica da Fhemig estabeleceu metas para os hospitais alcançarem esses resultados. Os indicadores de 1ª etapa definidos para mensurar o desempenho assistencial foram:
• Média de permanência geral, com meta de percentil 50;
• Percentual de codificação, visando 100% das altas geradas nos 10 hospitais.
Outro ponto que permitiu todo o sucesso da implantação foi o planejamento estratégico vindo da presidência, com entregas bem estabelecidas. A partir daí foram criados fluxos de melhorias, e a assessoria técnica da plataforma Valor Saúde Brasil auxiliou nos diagnósticos. As ações de aumento da eficiência foram iniciadas.
É neste ponto que o projeto DRG Brasil se encontra na Fundação Hospitalar de Minas Gerais.
• O banco de dados da já tem mais de 88.000 altas codificadas;
• O alvo Uso Eficiente do Leito e o os alvos assistenciais de cada instituição apoiaram a instituição no mapeamento das condições adquiridas para melhoria da qualidade assistencial, prevenção de eventos adversos e aumento da eficiência hospitalar;
• Houve investimento em cursos de aperfeiçoamento, na instituição de ensino FELUMA, onde 20 analistas de todos os hospitais participaram de temas como boas práticas de codificação, os 4 Alvos Assistenciais do DRG Brasil e análise de relatórios;
• A qualificação dos usuários da plataforma Valor Saúde Brasil foi alcançada, graças à robustez das ações estruturadas no macroprocesso e à pactuação do modelo de governança clínica dos hospitais.
De acordo com Bárbara Martins, a Coordenadora do DRG da Fhemig, é perceptível a grande mudança de paradigma na gestão hospitalar, com ações de melhoria focadas no corpo clínico e linhas de cuidado.
Para este novo ciclo do projeto, o enfoque é qualificar os gestores, alta direção dos hospitais, e as principais lideranças assistenciais. Para entregar ainda mais valor em saúde aos usuários do SUS, já estão no radar ações como avaliar o vocacionamento dos hospitais, implantar o DRG Admissional, atrelar a avaliação de desempenho pelo DRG com a gestão de pessoas, intensificar ações de redução de desperdícios e iniciar um Projeto de pesquisa guarda-chuva.
Em apenas três anos, a interface do DRG Brasil com a reestruturação dos processos hospitalares está ocorrendo de forma fluida para os 10 hospitais conjuntamente. Com isso, a Fhemig já é capaz de gerir sua rede com os resultados de desempenho assistencial de cada um dos hospitais acompanhados.
Isso significa maior acesso à população e mais valor na entrega da assistência pública. É uma quebra de paradigma nacional. É uma gestão de gigantes da saúde.
Assista à apresentação de Bárbara Martins sobre a implantação dos Grupos de Diagnósticos Relacionados (DRG) nos hospitais da rede Fhemig e entenda o passo a passo deste que é o maior projeto de entrega de valor no SUS brasileiro: